Ultimamente as coisas não andam fáceis para um homem que está na base da escalada montanhosa que chamamos de vida. Quarentena e isolamento social promovidos pela mídia afetando a economia, muita gente perdendo emprego e passando apertos financeiros. A histeria tomou conta da sociedade e não se fala em outra coisa a não ser sobre o maldito vírus por toda parte: rádio, TV, internet e mídias sociais em geral. As relações sociais também foram afetadas: não posso visitar minha avó, não posso fazer um churrasco com os amigos, não posso marcar um bar com uma garota que estou interessado. O que sobra? Treinar conforme dá, trabalhar e gastar o tempo que sobra no computador.
Voltei a trabalhar na semana passada. Estou usando o carro antigo do meu pai, para não encarar os ônibus que estão lotados e com horários reduzidos.
07:30h - Tento entrar na avenida e um mauricinho joga sua Silverado em cima do meu carro, desviando propositalmente para contra-mão pra mostrar que está revoltado com o fato de eu ter entrado na sua frente com meu carro popular. Ignoro, afinal, se for bater boca com todo idiota que encontro na rua, não vou conseguir sair do lugar.
07:35h - Ainda não saí do bairro e o carro para de funcionar, não liga. Saio, olho no chão e vejo uma mancha: gasolina indo pro asfalto. A bomba de combustível estava encharcada, achei que tinha queimado ou entupido o filtro. Chamo meu pai, que chega e leva o carro para ver o que aconteceu.
Ele me passa o carro do meu irmão, que tem um ciúme gigantesco do carro. Não gosto de usar coisas alheias, principalmente bens de valor como um carro.
07:45h - Estou em cima do horário. Dessa vez o trânsito reduzido por conta da quarentena foi meu salvador. Estava em uma via de três faixas, quando um SUV pilotado por uma mulher invade minha faixa. Eu buzino para ela acordar, e ao invés de voltar para a faixa, ela corta minha frente com seu carro, sem nem ao menos dar a seta. Como eu odeio esse tipo de gente! Não me segurei, estava pilhado e dei um "mijada" nela no semáforo seguinte.
O semáforo se abre, arranco e olho pelo retrovisor - a maluca jogou seu SUV para atravessar as 3 faixas de uma vez e quase mata um motoqueiro. Completamente insana.
Depois de um dia tedioso de pouco serviço, consegui voltar pra casa com o carro do meu irmão intacto e apesar do estresse, tudo correu bem. As peças que comprei para o computador haviam chego, e gastei o resto da paciência que tinha montando a máquina.
Devo confessar que já estou farto de tudo isso, de ter minha antiga rotina tomada de mim à força e tendo de tolerar essas mudanças radicais, sem poder ter nenhum tipo de válvula de escape. Profissionalmente também estou sofrendo as consequências - universidade parada, atraso na minha vida acadêmica, não posso fazer cursos, não posso me aventurar a mudar de emprego. Nada acontece.
Espero que tudo isso mude o quanto antes. Infelizmente para mim, não sou do tipo de pessoa paciente, pelo contrário, sou extremamente ansioso e apesar de saber que tudo nessa vida é passageiro, não estou conseguindo ser otimista.
Se você for uma das 3 pessoas que lêem meu blog, perdoem o desabafo.
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